O que são fotodermatoses?

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  • Mai. 2022
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  • La Roche-Posay

As fotodermatoses podem ser definidas como desordens da pele que são induzidas ou exacerbadas pela radiação UV e diferem de reações agudas, tais como queimaduras solares. As queimaduras solares e o fotoenvelhecimento podem ocorrer em qualquer pessoa exposta a níveis suficientemente altos de radiação UV. Por outro lado, as fotodermatoses são reações anormais ao UV em alguns indivíduos, e são desencadeadas mais comumente pela radiação UVA (320-400 nm).1,2

As fotodermatoses podem ser categorizadas como desordens primárias ou secundárias.3 As fotodermatoses primárias são idiopáticas ou causadas por agentes fotossensibilizantes. As dermatoses secundárias geralmente acompanham doenças sistêmicas como o lúpus eritematoso ou representam um problema metabólico (porfirias) ou ainda uma anormalidade de reparação de DNA (Xeroderma Pigmentoso).2


Fotodermatoses



Como diagnosticar fotodermatoses?


Dado que as características clínicas das fotodermatoses variam muito, o diagnóstico das fotodermatoses primárias pode ser desafiador.

Deve-se levantar a suspeita quando as erupções na pele ocorrerem em locais expostos ao UV após exposição solar.

É importante realizar uma avaliação sistemática, incluindo uma avaliação do histórico do paciente, assim como os procedimentos de fotodiagnóstico.

Durante o exame físico, os médicos devem observar:

  • A localização das lesões nas áreas expostas ao sol versus as áreas não expostas ao sol.
  • Outras características a serem observadas incluem a morfologia da erupção, especialmente a presença de eritema, urticária, edema, eczema ou cicatrizes, e os tipos de lesões presentes (pápulas, vesículas, bolhas, nenhuma).3

Fotodermatoses

O que deve ser feito na consulta?


As fotodermatoses, apesar de desafiadoras, podem ser identificadas através de uma abordagem sistemática no diagnóstico para um melhor controle das reações de fotossensibilidade.


Fotodermatoses


Quando necessário, os pacientes devem considerar mudanças no estilo de vida (como, por exemplo, evitar exposição à luz solar em horários de pico) ou mesmo mudanças de ocupação, para aqueles que são obrigados a trabalhar ao ar livre. Se um fármaco ou agente externo for identificado, é necessário, obviamente, evitar o mesmo.3



Considerações de diagnóstico em pacientes pediátricos.5,6

Apesar das fotodermatoses não serem comuns em crianças, quando ocorrem causam desconforto à criança e ansiedade à família. A grande maioria das fotodermatoses em crianças são casos de erupção polimórfica leve.



O diagnóstico da fotodermatose em crianças é difícil:

  • Apresentações clínicas incluem uma variedade de erupções geralmente localizadas na pele exposta ao sol.
  • Testes de provocação proporcionam informações úteis, entretanto, testes fotopatch para identificar fotossensibilizadores externos raramente são realizados em crianças.
  • A imunoserologia e, ocasionalmente, a imunofluorescência de lesões da pele podem ser usadas para distinguir fotodermatoses idiopáticas e lúpus eritematoso.
  • Testes genéticos podem ser úteis em genofotodermatoses.

Quando uma fotossensibilidade é observada pouco após o nascimento (indicada por choro em resposta à exposição à luz e fraldas manchadas com coloração vermelho vinho), deve-se suspeitar de porfiria eritropoiética congênita. Outras dermatoses que podem estar presentes na infância incluem porfirias homozigóticas e, ocasionalmente, porfiria cutânea tardia familiar. O lúpus neonatal pode se apresentar semanas depois do nascimento como uma irritação, escamação eritematosa e policíclica, que pode ocorrer mesmo na pele não exposta ao sol. Felizmente, o lúpus neonatal desaparece durante o primeiro ano de vida, conforme o anticorpo anti-Ro é eliminado. Um aumento da sensibilidade ao sol pode estar presente em crianças com xeroderma pigmentoso nos primeiros dois anos de vida. A urticária solar ocorre geralmente em crianças mais velhas ou adultos, mas pode ocorrer na infância.4

Bibliografia

  1. Mahmoud BH, Hexsel CL, Hamzavi IH , Lim HW. Effects of visible light on the skin. Photochemistry and Photobiology. 2008. 84. 450-62.
  2. Lehmann P , Schwarz T. Photodermatoses: diagnosis and treatment. Deutsches Arzteblatt international. 2011. 108. 135-41.
  3. IBylaite M, Grigaitiene J, Lapinskaite GS. Photodermatoses: classification, evaluation and management. British Journal of Dermatology. 2009. 161 Suppl 3. 61-8.
  4. Murphy GM. Diseases associated with photosensitivity. Journal of Bhotochemistry and Photobiology B: Biology. 2001. 64. 93.
  5. Photodermatoses-Good to know. Prof Wolf.
  6. Horkay I, Emri G, Varga V, Simics E , Remenyik E. Photosensitivity skin disorders in childhood. Photodermatology, Photoimmunology & Photomedicine. 2008. 24. 56-60.